FAMÍLIA
Depois dos filhos
Contrariando a teoria do "ninho vazio", segundo a qual os filhos deixam um rastro de tristeza quando saem da casa dos pais, casais transformam as mudanças num período de realização de antigos sonhos e de criação de novos planos comuns
Mara e Gilberto Lopes, que fazem aulas de tango - Foto de Caio Guatelli/Folha Imagem
JULLIANE SILVEIRA - DA REPORTAGEM LOCAL
DESIREÊ ANTONIO MAURÍCIO HORTA - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
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Reencontro
Segundo a enfermeira Ana Lucia de Moraes Horta, especialista em terapia familiar e coordenadora da Unidade de Intervenção à Família e Comunidade da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), quando os filhos vão embora, é como se o casal se reencontrasse. Se tiveram uma boa relação, as chances de continuarem bem são maiores. "Os parceiros nunca vão ser os mesmos. Precisam de um novo contrato -para planos, intimidade, respeito na relação, modificação na comunicação. Necessitam de um espaço para esse reencontro", afirma Horta. O casal deve reservar momentos para conversar sobre projetos que podem desenvolver juntos. É comum o planejamento de viagens nessa fase, quando as despesas diminuem e o tempo disponível aumenta, mas qualquer atividade que possa ser realizada em conjunto é importante. Descobrir e manter interesses compartilhados ajuda a nutrir os vínculos entre o casal.
O anestesista Gilberto Lopes, 66, e a administradora Mara Junqueira Lopes, 55, optaram pela dança para "preencher o espaço vazio". "Antes ficávamos em casa, em frente à televisão ou ao computador. Isso deteriora a relação. A gente chega em casa cansado e não interage", diz Gilberto. Quando era jovem, Mara não ia a bailes -seus pais eram muito rígidos. Era a hora de começar.A dança mudou a vida do casal, que tem aulas três vezes por semana e frequenta bailes nos fins de semana. "Ela envolve equilíbrio, concentração, movimento. Não tem como pensar em outra coisa", diz Gilberto, o dançarino. "À noite é ótimo, pois faz o organismo liberar endorfinas. Você chega em casa e não quer dormir", diz Gilberto, o médico. "E a dança tem muito a ver com nossa intimidade", diz Gilberto, o marido.
Quando os filhos saíram de casa pela primeira vez para estudar em Campinas, pouca coisa mudou em casa: todos os fins de semana eles dormiam na casa dos pais. Três anos depois, no entanto, os dois desistiram dos cursos e voltaram para estudar em São Paulo. Mas os filhos tinham mudado, e o casal já havia se adaptado à nova vida a dois. "Eles vieram com novas liberdades", diz o pai. "Saíam à noite e ficávamos preocupados. Se não atendiam o celular, achávamos que algo podia ter acontecido", diz a mãe. A solução foi comprar um apartamento para cada filho.
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Reportagem completa em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1902200906.htm
DRiii, adoreiii tudo e ebaaaaa que lindos nossos amigos na Revista Equilíbrio!! Mais e mais tango...uhuhuu. Deixe um bjão de parabéns á eles. E outro pra vc lindinha.
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